domingo, 10 de fevereiro de 2013

Primeiros dias na terra do conhecimento

Eis que posso lhes dizer da experiência dos primeiros dias de moradia em Coimbra, terra da Universidade fundada em 1290 e que comportou nas cadeiras os senhores Luís de Camões, Eça de Queiroz, Sebastião José de Carvalho e Mello - o Marques de Pombal, José Bonifácio, Cláudio Manuel da Costa e seu amigo Tomás António de Gonzaga, o velho sofredor Dirceu em busca de sua Marília. Isso porque são só as personalidades conhecidas no Brasil, pois em Portugal existem diversos outros contribuintes da história do país lusitano, como o médico Bissaia Barreto. Por entre o nome das ruas, vamos conhecendo personalidades e conhecendo aos poucos a relevância sobre os mesmos. 

A vida em Coimbra é diferente do Brasil principalmente em termos educacionais - os motoristas, ao perceberem que os pedestres pretendem cruzar a rua, param o veículo para que passem - algo um tanto difícil de acontecer no Brasil, e impossível em frequência. A cidade é notoriamente voltada para a Universidade, pois não se vê outras formas de exploração a não ser o turismo acadêmico ou a vivência acadêmica  A comida das cantinas universitária é barata, mas sem tempero. Uma fatia bem grande de pizza custa 1,50 euros, a refeição varia entre 2,20 e 3,20 euros e a melhor bebida do mundo que não existe no Brasil se chama refrigerante de ananás (abacaxi). Tomo todos os dias e a garrafa de 1,5L sai por 0,50 cêntimos. Sofram, brasileiros.

A propósito, falando em moedas, eles realmente te dão 1 cêntimo de troco (porque cada moedinha aqui vale muito quando as coisas são "baratas".) Por exemplo, na loja da Zara do mega shopping Dolce Vitta, comprei um suéter de 9,99 euros e eles me deram 0,01 de troco quando lhes dei os 10 euros. A mesma coisa nos táxis  Não arredondam, porque cada moeda é valorizada. E se eu quiser comprar algo de 5 cêntimo e oferecer 5 moedas de 1 cêntimo  eles aceitam normalmente. São bem econômicos, e em tempos de crise do euro, onde Portugal é o país onde mais se ferra depois da Grécia, isso realmente é levado a sério. A propósito, conversando sobre a crise, os portugueses se mostram insatisfeitos com as medidas do governo português em cortar benefícios dos cidadãos portugueses. Nem os pobres são poupados, o que faz com que, conforme vi em alguns jornais, igrejas passem a pagar dívidas de idosos que as frequentam.

Mas voltando à minha rotina: Fiquei os primeiros 2 dias no Serenata Hostel, onde paguei 22 euros por noite para ficar num quarto duplo (nos quartos múltiplos só se pagam 17 por noite, mas você divide com umas 8 outras camas, com gente que você não conhece. Tenso, né? Pelo menos eu acho.) Durante esse tempo, saímos pra comprar mais roupas e equipamentos de frio, como cachecóis e luvas, fomos resolver os primeiros trâmites da universidade para nossa regularização de alunos de mobilidade, além de procurar lugar definitivo de moradia. Isso tomou nosso tempo de maneira absurda. O dia passava muito rápido e a sensação, por resolvermos tanta coisa em pouco tempo, é de que já estávamos aqui há semanas. Também andamos bastante pela cidade, de maneira que posso dizer que já conhecemos 70% de Coimbra, restando somente conhecer a cidade depois do Rio Mondego, o que corta a cidade.

Ah, a cidade é muito pequena e o principal obstáculo de Coimbra são as ladeiras cansativas. Não é exagero meu em dizer que a cidade praticamente não tem ruas retas. É tudo na base da subida ou descida. Ao nos afastarmos da parte histórica, os prédios de Coimbra nos fazem lembrar bairros metropolitanos. Tenho como referência a Jatiúca de Maceió (sem as praias, é claro).

Depois de uns perrengues pra encontrar lugar pra morar (sempre tem vaga, o problema é aonde a gente vai se adaptar), finalmente encontramos um lugar bem cara do Brasil, um apartamento que é perto dos lugares de nossas faculdades e que tem uma visão linda - o que é redundante em se tratando de Coimbra, pois todos os lugares projetam visões fantásticas da cidade. Você acorda e parece um sonho. E estamos dividindo o apartamento com brasileiros e italianos, super receptivos e honestos.

Enfim, é isso. Estou pagando 185 euros por mês pra me manter num lugar legal, vizinho à principal praça da cidade, a Praça da República (aqui tem tudo, desde McDonalds a barzinhos, desde lojas de celulares a farmácias). Geralmente eu e meu amigo e companheiro de quarto Thiago saímos pra encontrar nossos outros colegas de mobilidade da Ufal e também outros amigos brasileiros que fizemos amizade. 

Então vamos às fotos das andanças, que é o que importa pra vocês!

































































2 comentários:

  1. É sem duvidas uma experiência desejada por muitos. Aproveita bem, kda pedaço dessa Portugal, que me parece linda! E do jeito q tu é, vais voltar mais "cabeção" ainda! Feliz por ti, Nô! \o

    ps: aproveita os entornos do país tbm ;)

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  2. Ótimo, Nô! Que essa seja apenas uma de inúmeras viagens em busca de novos caminhos, mais conhecimento e de um mundo muito maior do que o nosso mundinho particular! Aproveite tudo!

    Abraço

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